segunda-feira, 1 de junho de 2009

31 Maio 2009 - Viagem

O dia começou cedo, depois de meia hora de sono. Como é normal nestas ocasiões a ansiedade do que de novo aí vem é superior ao cansaço do dia das despedidas. Pouco passava das quatro da manhã quando eu a minha mãe e o meu pai saímos do grandioso lugar de Vilar em direcção ao Aeroporto do Porto. Lá, estaria para minha satisfação o Pedro para se despedir de mim. E assim foi depois das despedidas segui sozinho para mais uma arrojada aventura. Digo-o porque já cá estou. Sim o destino final, Recife, á primeira vista não sei se assusta se encanta. Mas recuemos um pouco no tempo . Depois de longas horas de espera e de viagem lá cheguei á Terra Nova. A bordo do imponente A330 de seu nome Pedro Álvares Cabral, André Miró pisou pela primeira vez o solo brasileiro. Só me faltou a beijoca no chão como o Pápa, mas com a admiração espontânea que me foi proporcionada por toda uma comitiva de funcionários de limpeza, polícias federais e outros mais, que escandalosamente exibiam as suas mascaras faciais, com expressões de medo como que se dissessem, “esta malta da Europa vem para cá, roubam-nos as mulheres e ainda nos querem matar com a virus das porcas", até deixei passar aquilo que podia ser um momento grandioso para a posteridade. Um autêntico pandemónio. Além disso separaram-nos (passageiros), estrangeiros e brasileiros em duas filas para verificação de passaportes. Tudo bem até aqui a questão é que 10% dos passageiros eram estrangeiros e essa fila andava incrivelmente devagar. Grrr. Fora isso o voo foi bom. Vim ao lado de uma menina com 7 anos filha de pai espanhol e mãe brasileira, os quatro lugares centrais eram ocupados por mim na ponta, a menina, depois a mãe e o filho mais velho com talvez 12 anitos. O pai estava duas filas á frente de nós, que recusou amavelmente (julgava eu) uma troca de lugares. Não passavam 5 minutos de voo a menina já tinha escarrapachado a cabeça no meu braço e dormia profundamente. Nem foi muito incómodo já que passadas 3 horas de voo ela acordou e nunca mais se calou com aquele espanhol mimado que é irritante. Mas foi um bom passatempo. O melhor estava para vir e aí percebi porque pai não quis trocar de lugar. Além de lhe ter dado comer á boca, que de 10 em 10 minutos tinha de lhe colocar correctamente os auscultadores, o final da viagem foi o mais hilariante. A cerca de 600 metros do chão, durante a aproximação á pista deu-se o caos. Como passarinhos os dois filhotes começaram a degolar todo o sumo ingerido até então. Por entre choros e gritos o Miró lá tomou conta da ocorrência com a preciosa ajuda dum saco do lixo daqueles verdes que uma hospedeira de bordo arranjou. A mãe respirava como se tivesse para ter um filho. E foi então por isso e por outros motivos que não tirei fotos nem beijei o chão á chegada.
Como já esperava tinha um papelinho com o meu nome á saída dos Arrivals. Daí até á carrinha que me trouxe até ao EcoResort do Cabo pouco ou nada de interessante se passou, portanto passo para a descrição do percurso até ao dito cujo. Primeira impressão, pensava que Africa só existia em Africa. Afinal não, o nordeste brasileiro também tem traços. A vegetação autóctone é absolutamente surreal, é densa e muito verde ( um paraíso). As estradas nem são más, no entanto um pequeno reparo aos senhores de carroças puxadas por cavalos, andam sempre em contra mão. Foram 40 minutos de viagem muito divertidos sempre na conversa com o motorista.
Chegado ao EcoResort o mundo parecia outro. Tudo muito paradisíaco. Fui extremamente bem recebido pelo senhor João Ricardo (chefe de recepção) que me trouxe á pousada panorâmico. Não, estou a mentir, a meio do caminho fomos interpelados pela polícia federal que lhe pediu os documentos do carro e a Carteira de condução que ele não tinha… (eheh)… depois duma sessão apaparicada de graxa lá voltou para trás e o Cláudio da recepção lá me trouxe ao meu lar.
E que rico lar. Só a vista mete inveja a qualquer magnata que tenha tudo o que precisa no quarto. Pois eu pouco tenho. Um mini - frigorifico, uma cama grande, uma TV, e um sofá, armários nada, casa de banho privativa cm chuveiro de água fria, e acesso directo á esplanada da pousada que se eleva a cerca de 70 metros da praia...uma vista mágnifica. Não vou explicar que depois complemento o texto com fotos. Os únicos moradores da pousada sou eu e o Sr. João que é o Dono e cozinheiro. Conheci-o há duas horas e parece que já nos conhecemos há anos. Fez-me um prato impecável que me aconchegou o estômago. Peixinho de mar quente acompanhado por batata, arroz, tomate, camarão e um molho de coco. Que espectáculo, não chegou a 6 euros.
Agora são 19.15 e acho que vou ficar por aqui a contemplar a magnífica vista e conversar com o Sr. João.

André Gamelas.

7 comentários:

  1. Pois com filhos assim quem é que quer fazer viagens ao lado deles?
    Só o meu filho lindo.Mas a recompensa valeu a pena... pelos vistos. bjs

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  2. Ahhhhh é aqui que te vou encontrar, então?!!
    Gostei de te ler e realmente já metes inveja e ainda não vi nenhum foto!!
    Fica com um bjinho muito grande desta amiga que nunca se esquece de ti!!
    Boa sorte para tudo, vais adorar... Aproveita tudo ao máximo.
    Vai dando noticias!!

    Sofia Pereira

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  3. Priminho!!! Ja metes inveja e ainda so ai estas a dois dias...

    Vai-nos mantendo a par das tuas aventuras!!

    Bjcas boas pa ti

    Ana

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  4. mirosito... sao 3 da manha e acabamos de ler as tuas aventuras... da-nos vontade (joao, curado e jorgito) de estar ai ctg... vai dando noticias!!! e manda o sr Cícero pa ca que o intitulado chefe de cozinha jorgito n percebe nada disto!!! eheh

    um beijinho de todos nós com saudade!!

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  5. Olá André|
    3ª. tentativa de envio desta mensagem
    Tio António

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  6. Olá André:
    Agora já sei como é.
    Pelos vistos o trabalho aí é muito mais chato e difícil do que "encher a soda". (Ainda bem que só nós os dois é que sabemos o que é encher soda).
    Tenta convencer-nos a desejarmos ir aí comer um grande churrasco preparado por ti!
    Um abraço da Tia e do tio António.

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